Ontem eu o ‘despertei’ em mim.
E eu sonhei hoje com a infância que eu queria ter tido, foi um processo inteiro pra desconstruir toda minha personalidade – era uma terapia. Eu me forçava a lembrar de um momento que não vivi, de um desejo, como se fosse o que realmente aconteceu no plano físico e “real”, anulando o que de fato se foi.
Esse processo me fazia aos poucos destruir minha personalidade, zerá-la, para que ela se reconstruísse no ambiente que agora vivo.
E eu vagava, vagava pelas ruas, encontrava pessoas conhecidas mas as tinha esquecido.
Na desconstrução eu era o centro das rodas, o menino que ‘zoava’ os outros, o ponto de referência de muita pivetada. Aquele inteligente que todos admiram não pelas boas notas (que eu nem tinha) mas por suas artimanhas e ‘traquinagens’.
Tinham vampiros, mas eu os desprezava.
Eu encontrei a Vânia, mas eu fugia dela, e ela sempre me encontrava.
E a noite toda passei conversando com a Dani Z, sobre os poemas do ipê. As folhas e flores vão… mas eu não sinto saudade: sei que voltam.
Meu pai também estava no sonho, e ele me desprezava.
Minha personalidade se descontruía… e como se fosse um conjuntos de linhas de programação… eu ia apagando e apagando.